quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Movimento MAIS escreve a Sócrates por causa dos IC’s da serra da Estrela



O Movimento MAIS, de Apoio à Construção dos Itinerários Complementares da Serra da Estrela, escreveu recentemente uma carta ao Primeiro-Ministro, sensibilizando-o para que a execução destes traçados sejam incluídos no Orçamento de Estado de 2011, que está a ser elaborado.

Na missiva enviada a José Sócrates, os responsáveis do MAIS sustentam que – “a difícil situação financeira do país não poderá servir de entrave á execução destas obras, porque também entendemos ser necessário, para fazer funcionar a economia, que se mantenha um mínimo de obras públicas em execução e desta vez, julgamos que este mínimo, será por direito próprio da Serra da Estrela”.

O Movimento, que está também a enviar cartas aos grupos parlamentares da Assembleia da República e outros organismos do Estado, lembra que estas obras, aguardadas há mais de 30 anos, são decisivas para “incrementar todo o potencial de desenvolvimento e de empreendorismo, turístico, industrial, agro-florestal e dos serviços da região”, - acrescentando que – “só estas vias de interligação viária com o resto do país, farão sair este território do enclave em que se encontra mergulhado”.


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Sem IC6, IC6, IC7 não há futuro para a região.





As acessibilidades que irão ser criadas pelos IC6, IC7 e IC37, são determinantes para o desenvolvimento da região. Sem esses novos eixos, toda uma vasta região entre Coimbra, Viseu, Guarda e Covilhã continuará a sofrer os efeitos da marginalização a que tem sido votada desde há muito tempo.

A importância destas novas vias é crucial do ponto de vista económico, social e determinante para a dinamização do tecido empresarial e do investimento. Não vislumbramos qualquer argumento que possa contrariar esta constatação.

O que poderíamos acrescentar é que já virão com atraso.

Assim sendo, porquê adiar, como recentemente se decidiu, a execução deste empreendimento? Porque é que quando se trata de suspender, encerrar, reduzir, serviços públicos, o Interior é sempre o escolhido? Saberá quem decide, a importância de governar para todo o País e não quase exclusivamente para o território que vai de Setúbal a Braga?

Para que todos nós saibamos do que se fala, a concretização dos 130Km de novas vias, que corresponde à extensão total dos IC6, IC7 e IC37, significa um investimento de aproximadamente 500 milhões de euros (100 milhões de contos!). Muito dinheiro? Sem dúvida, sobretudo quando as Finanças do Estado estão depauperadas com aumento da divida pública a 2,5 milhões de euros/hora. Bastava que em pouco mais de uma semana se poupasse o aumento da divida, note-se que apenas o aumento, não a dívida, para ter ganho todo o dinheiro necessário para pagar todo este investimento.

Será que o dinheiro é o principal entrave à concretização deste investimento, parece-nos que certamente não é o principal.

O que os governos têm a vindo a adiar não tem sido o gasto do dinheiro, têm é sobretudo desviado o olhar da importância desta questão, continuando a afectar recursos para outros investimentos noutros locais e sectores. A falta de dinheiro é um argumento falacioso que por vezes é utilizado para tudo com muito simplismo.

Assim uma das principais lutas que nós Beirões, temos de prosseguir, é sobretudo persuadir, que não enganar, quem manda, para a urgência deste investimento.

Os empresários, os empreendedores, os empregadores e empregados sentem que o seu futuro está ameaçado. Percebem que não podem competir com regiões há muito dotadas de factores de competitividade que o Estado aqui, parece não querer concretizar.

A decisão de adiar a concretização dos IC’s, deixou perplexos e frustrados dezenas de agentes económicos que por algum tempo tiveram a ilusão que era desta que a região saia do enclave em que a têm vindo a colocar. Muitos investimentos e empreendimentos já morreram à partida com esta simples, mas confrangedora decisão.

Agora que já se sabe quais são os traçados que resultam da aprovação da Declaração de Impacte Ambiental, seria conveniente que o processo não retrocedesse, ou melhor, não fosse adiado. Pese algumas vozes críticas surjam, e considerando que a critica é um direito da democracia, não gostaríamos, que um qualquer interesse local, seja justificação para adiar, alterar ou por em causa a concretização dos grandes objectivos regionais e nacionais desta rede de IC’s.

Estamos certos que não há nenhum beirão que não entenda que o futuro da sua região, sobretudo o enclave que é este espaço sub-regional, que inclui os concelhos servidos pelas vetustas e desactualizadas estrada da Beira (EN17), estrada Seia-Nelas-Viseu (EN232), estrada Coimbra – Seia - Covilhã (EN230, EN339), depende de uma nova realidade de interligação viária entre os seus pólos urbanos e o restante País. Não há empresa que se instale aqui, quando verifica o estado lastimoso das acessibilidades. Todo o potencial de desenvolvimento e de empreendorismo, turístico, industrial, agro-florestal, dos serviços, está dependente de uma nova realidade de acessibilidades que apenas os IC’s trarão.

Assim, em síntese, resta apelar a todos que reforcem a sua convicção na sua terra para a defender com os meios da luta em democracia, pela palavra e pelo gesto. Não deixemos que qualquer Governo, de qualquer Partido, se continue a esquecer da nossa terra.