O que é o MAIS?
O MAIS é uma ASSOCIAÇÃO CÍVICA DE APOIO À CONSTRUÇÃO DOS ITINERÁRIOS DA
SERRA DA ESTRELA, foi criada por escritura publica de julho de 2010, é constituída
por cidadãos dos concelhos de Oliveira do Hospital, Seia, Gouveia, Nelas, Viseu
e Covilhã, que têm como objetivo a defesa de um projeto de desenvolvimento do
espaço sub-regional da Beira Serra e Serra da Estrela, atendendo à importância que
os IC6, IC7 e IC37 representam para esse processo.
Do grupo de fundadores destacam-se: Mário Branquinho, Pedro Conde,
Fernando Tavares Pereira, Antas de Barros, Jorge Patrão, Artur Abreu, João Agra, entre outros.
O MAIS é uma plataforma cívica, apartidária e com abrangência regional que
procura dinamizar a participação e a concertação
entre os agentes locais, nomeadamente os municípios, associações e cidadãos em
torno do projeto de desenvolvimento assente na resolução dos constrangimentos
de acessibilidade.
O MAIS regista como principais atividades:
b) Promoção de ações
de sensibilização junto das entidades públicas e governativas, Governo, Assembleia
da República, Municípios, CCDRC, organizações político-partidárias, para a
importância da construção dos Itinerários da Serra da Estrela (IC6, IC7, IC37).
c) Organização de
fóruns de discussão sobre o desenvolvimento da região e a importância
estratégica dos Itinerários da Serra da Estrela (IC6, IC7, IC37).
d) Colocação de
material de divulgação em espaços públicos sobre a importância do
desenvolvimento da região e a necessária priorização da execução dos IC6, IC7,
IC37.
Enquadramento. Elementos relevantes do processo
dos IC6, IC7 e IC37
O espaço sub-regional da Beira Serra e Serra da Estrela é um território
de tradição industrial e agrosilvopastoril, que sofreu nas últimas décadas um
processo de esvaziamento que se traduz no encerramento inúmeras unidades fabris
do setor têxtil, todavia mantendo e mesmo fazendo emergir, com grande
resiliência, atividades empresariais estratégicas na área do agroalimentar, industria,
da energia, turismo, comércio e serviços.
O tecido empresarial instalado nas áreas diretamente servidas pelos IC6,
IC7, IC37 gera um volume anual de negócios de quase 4 mil milhões de euros e um
valor acrescentado bruto de quase 0,9 mil milhões euros. Registe-se que a
estimativa orçamental dos IC’s é de 0,5 mil milhões de euros.
Os atuais eixos de acessibilidade que servem o espaço sub-regional
compreendido entre Coimbra, Viseu, Covilhã e Guarda, na encosta Norte e Sul da
Serra da Estrela, apoiam-se, há largas décadas nas ligações
Coimbra-Covilhã (EN17/EN230), Viseu-Seia-Nelas-Covilhã (EN231) e
Coimbra-Oliveira do Hospital, Seia, Gouveia, Guarda (EN17).
Em 1985, ainda antes da entrada de Portugal na CEE, o Plano
Rodoviário Nacional, reconhecendo os estrangulamentos que resultavam de se tratar de uma rede
de estradas obsoleta e desadequada às
exigências da economia e das populações definiu como eixos da rede complementar a concretizar:
a)
IC6 Santa Comba Dão – Celorico da Beira
b)
IC7 – Coimbra – Covilhã
c)
IC12 – Viseu – Seia – Nelas
Na evolução do Plano Rodoviário Nacional houve alterações de
nomenclatura passando os vários IC’s a designar-se do seguinte modo em :
a) IC 6
Coimbra-Covilhã
b) IC 7 Vendas de
Galizes-Celorico da Beira (no estudo recente passou a ser Folhadosa – Fornos de
Algodres)
c) IC37 Viseu Nelas
Seia
Desde 1985 o país beneficiou de vários quadros de apoio comunitário da
União Europeia, em grande medida destinados à coesão regional. Infelizmente,
nesta região do interior esses fundos apenas serviram para, ao longo de quase
30 anos, apenas construir 30Km de pequeno troço do IC6 que termina inusitadamente
num matagal!
Mais recentemente, no final da década de 2000, foram desenvolvidos
vários estudos ambientais e rodoviários que levaram à aprovação em 2010, do
estudo prévio de traçados dos IC6, IC7 e
IC37, que perfazem 128,1 km, compreendendo as seguintes ligações:
|
Origem
|
Destino
|
Extensão
do Troço (em Km)
|
Custo
Total
|
Custo/Km
|
Distância
tempo em ninutos (Velocidade ref. 90Km/h)
|
IC6
|
Tábua
|
Folhadosa
(IC6/IC7)
|
18,8
|
37.219.000,00
€
|
1.904.470,00
€
|
13
|
Folhadosa
(IC6/IC7)
|
Covilhã
(A25)
|
39,3
|
214.413.000,00
€
|
5.453.720,00
€
|
26
|
|
|
|
|
|
|
|
IC7
|
Folhadosa
(IC6/IC7)
|
Fornos
de Algodres (A25)
|
38,8
|
91.351.000,00
€
|
2.365.140,00
€
|
26
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
IC37
|
Viseu
(A25)
|
Seia
(IC7)
|
31,2
|
85.787.737,00
€
|
2.753.410,00
€
|
21
|
|
|
|
|
|
|
|
TOTAL
|
|
|
128,1
|
428.770.737,00
€
|
|
|
(Estimativas
orçamentais para cada itinerário, para cada combinação de soluções tendo em
consideração a utilização de pavimento flexível, considerando também as
soluções de traçado que se encontram aprovadas pelas DIA's da AIA do IC6, IC7 e
IC37 – 2010)
Estes estudos, bastante divulgados e com participação do público e das
entidades locais, preconizam soluções de traçados e ligações às redes
existentes, que entendemos como adequadas e dando resposta às necessidades. A nova
realidade a criar pelo IC6, IC7 e IC37 permitirá as reduções seguintes nas distâncias
e distâncias- tempo entre os seguintes polos:
|
Distância
atual (Km)
|
Distância com IC6, IC7 e IC37
|
Distância
tempo atual (base googlemaps) em minutos
|
Distância tempo em minutos (Velocidade ref.
90Km/h) com IC6, IC7 e IC37 concluídos
|
Ganho/ tempo (em minutos)
|
Coimbra - Covilhã (IP3/IC6/EN230)
|
149
|
121,1
|
128
|
81
|
47,3
|
Viseu - Seia (Nó A25/EN230)
|
40
|
31,2
|
43
|
21
|
22,2
|
Viseu - Covilhã (Nó A25/EN230/EN339)
|
91,7
|
89,3
|
112
|
60
|
52,5
|
No quadro dos investimentos a programar para o período do fundos
europeus 2014-2020, os IC6, IC7 e IC37, assumidos pelo PROTC como “eixos
prioritários de coesão”, encontram, em nosso entender, o enquadramento
financeiro e correspondem à concretização dos objetivos de coesão e
competitividade a promover nas regiões menos desenvolvidas.
O território a servir pelos IC6, IC7 e IC37, compreende uma das zonas ambientais
e turísticas mais importantes do país, pese registem indicadores de desenvolvimento
socioeconómico regressivos, que importa corrigir.
A Beira Serra e a Serra da Estrela possuem um tecido empresarial ligado
aos produtos endógenos, como os lacticínios (fileira do queijo), setor têxtil, da
floresta e do turismo de enormes potencialidades mas que enfrenta as
dificuldades de afirmação resultantes em boa medida das dificuldades da rede de
acessibilidades bastante deficitária desta região.
O momento atual de ajustamento estrutural que o país enfrenta, exige das
regiões, dos empresários, das entidades públicas e privadas, dos cidadãos
capacidade competitiva que neste território regista debilidades estruturais no
domínio das acessibilidades que só o Estado pode e deve resolver. Sobretudo no
quadro atual de programação, em que se poderão dispor dos recursos financeiros
necessários à execução do investimento.
Para o espaço sub-regional compreendido entre Coimbra, Covilhã, Guarda e
Viseu, a redução das distancias tempo e a segurança rodoviária, são
fundamentais para gerar um contexto de dinamização socioeconómica, fundamental
para a região Centro, mas intrinsecamente para toda a economia e nacional.
Do ponto de vista social, estes eixos servem as populações da região nas
deslocações intermunicipais bem como, fundamentalmente, no acesso aos serviços
de saúde, de educação, culturais e comerciais, fixados nos principais polos
urbanos da região Coimbra, Guarda, Covilhã e Viseu.
Do ponto de vista económico e empresarial os IC’s representam a solução
de um problema, mas também, fundamentalmente a criação de condições para
viabilizar investimento e o empreendorismo da região, otimizando o
aproveitamento das potencialidades ambientais, industriais e turísticas,
contribuindo desse modo para inverter o ciclo socioeconómico regressivo.