domingo, 22 de janeiro de 2012

Assembleia Intermunicipal da Serra da Estrela reivindica construção de novas estradas

Notícia do Jornal Porta da Estrela - Seiahttp://www.portadaestrela.com/




Deputados continuam a exigir construção de novas estradas na Serra da Estrela

Deputados de Seia, Gouveia e Fornos de Algodres solicitaram ao Governo que «confira carácter de urgência à inclusão e efectiva concretização dos Itinerários Complementares da Serra da Estrela: IC6, IC7 e IC37».

A Assembleia da Comunidade Intermunicipal da Serra da Estrela aprovou, por unanimidade, no passado dia 20 de Dezembro, uma moção relativa aos itinerários complementares da Serra da Estrela. No documento é solicitado ao Governo que «confira carácter de urgência à inclusão e efectiva concretização dos Itinerários Complementares da Serra da Estrela: IC6, IC7 e IC37 no quadro dos investimentos públicos previstos».

Na moção é referido que a Serra da Estrela «tem sido uma das regiões do país mais penalizada pela ausência de boas vias de comunicação», razão pela qual «as pessoas reivindicam, há mais de 30 anos, a execução de boas estradas, tendo em vista um desenvolvimento harmonioso, capaz de estancar o flagelo da desertificação e de todos os outros fenómenos daí resultantes».

Nas razões para a concretização dos três traçados, os deputados da Assembleia Intermunicipal, representantes dos concelhos de Seia, Gouveia e Fornos de Algodres, apontam «a importância das vias de comunicação para o desenvolvimento económico e social da região da Serra da Estrela», lembrando que a região «tem um peso significativo no quadro turístico regional» e que «tem sido bastante afectada ao longo dos anos.

Sublinham ainda que a construção dos itinerários ganham agora mais sentido «com a implementação das cobranças nas auto-estradas regionais» e que, apesar de considerarem «as dificuldades económicas que o país atravessa», reconhecem «a possibilidade destas obras poderem ser efectuadas através do recurso a verbas do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN)».

O documento, que refere ainda «a necessidade de minimizar os custos de interioridade que a ausência de boas vias de comunicação sempre acentuaram nesta região do país», lembrando também «o trabalho técnico efectuado para a execução dos itinerários», foi enviado ao Presidente da República, presidente da Assembleia da República, líderes parlamentares do PSD, PS, CDU, CDS e Bloco de Esquerda, Primeiro-Ministro, Ministro da Economia e do Emprego, Secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, entre outras entidades.



Processo está concluído, faltando lançar os concursos



Posteriormente, no dia 30 de Dezembro, a Assembleia Municipal de Seia aprovou, por unanimidade uma moção idêntica à que já tinha sido aprovada na reunião de 26 de Setembro, voltando a apelar órgãos de soberania a execução, «ainda que parcial», dos troços dos itinerários complementares da Serra da Estrela.

De acordo com Mário Jorge Branquinho, o primeiro subscritor da Moção e líder da bancada socialista, «pese embora a grave situação económica que o país atravessa e reconhecendo-se a necessidade que o Estado tem em reduzir despesas do lado do investimento público», sublinha que as obras podem «ser enquadradas no financiamento decorrente do QREN».

O documento, que também vai ser enviado aos presidentes da República, da Assembleia da República, das câmaras e assembleias municipais da região envolvida, ao primeiro-ministro e aos ministros da Economia, dos Assuntos Parlamentares, ao secretário de Estado das Obras Públicas e aos grupos parlamentares, destaca a «necessidade imperiosa» que a região da Serra da Estrela tem em matéria de vias de comunicação, cuja importância é essencial «para o incremento de novas actividades, sobretudo ao nível da produção, para gerar riqueza, bem como do Turismo, como área fundamental para alavancar o desenvolvimento».

Os deputados municipais sublinham ainda no documento que a execução dos traçados do IC6, IC7 e IC37, cujo processo «foi todo concluído, faltando apenas lançar os respectivos concursos», são de «extrema importância para o desenvolvimento da região», havendo que ter em conta «a crescente e assustadora» desertificação e a necessidade de inverter este fenómeno.



Investimento de 429 milhões de euros



Refira-se que os itinerários da Concessão da Serra da Estrela: IC6 (Tábua - Covilhã), IC7 (Oliveira do Hospital - Fornos de Algodres) e IC37 (Viseu – Seia), que foram suspensos pelo Governo anterior, têm uma extensão total de 128 quilómetros e um custo aproximado de 429 milhões de euros. As vias foram projectadas para servir mais de meio milhão de habitantes e para ligar os concelhos que vão de Coimbra à Guarda, da Covilhã a Viseu, com destaque para os concelhos de Seia, Oliveira do Hospital, Gouveia, Nelas, servindo uma população que continua a não ter neste novo século outras vias de comunicação que não sejam aquelas que já existem desde meados do século passado, incluindo a ainda chamada “Estrada Real”, que é a EN17 - Estrada da Beira.

A construção destes IC’s é uma ambição há muito reivindicada pelos autarcas e populações da região, tendo já sido constituído um movimento que reúne personalidades de diferentes áreas políticas, no sentido de reivindicar a sua construção.