sexta-feira, 5 de março de 2010

Estudos continuam, concessão logo se vê


Conjuntura vai ditar futurodos IC's na região Centro
Notícia do Diário de Coimbra, 5 de Março de 2010
Obras não lançadas têm de ser “analisadas e avaliadas”, considerou o secretário de Estado das Obras Públicas.
Oliveira do Hospital voltou a mostrar revolta
Explicações só segunda-feira, dia em que uma delegação com cerca de 30 representantes de autarquias da região Centro reúne com o ministro das Obras Públicas, tendo em cima da mesa a suspensão do lançamento da concessão da Serra da Estrela. Ontem, na reunião do Conselho Regional do Centro, em Coimbra, o secretário de Estado Adjunto, das Obras Públicas, Transportes e Comunicações não esclareceu a recente mudança de planos do Governo – de suspender as concessões rodoviárias ainda não adjudicadas, designadamente Serra da Estrela, Vouga, Tejo Internacional e Ribatejo – mas lá foi admitindo que a conjuntura económico-financeira leva a que «se pense e reflicta em relação à forma como os itinerários possam ser desenvolvidos». IC6, IC7 e IC37, que compõem a adiada Concessão da Serra da Estrela, estão pois, admitiu Paulo Campos, «a ser executados do ponto de vista ambiental».
Depois, há que «tomar uma decisão», ponderando, naturalmente, os custos da obra, tendo sempre «em conta a questão da conjuntura». As concessões não lançadas a concurso «têm de ser analisadas e avaliadas em relação ao seu modelo de desenvolvimento», afirmou ainda, à saída do encontro onde foram debatidas as ligações rodoviárias na região Centro.Palavras que, na verdade, contariam um pouco a mensagem que pretendeu passar aos autarcas da região presentes no encontro, de correcção de «uma injustiça feita no passado».
Ao fazer um balanço do conjunto de infra-estruturas rodoviárias lançadas na região Centro, Paulo Campos quis demonstrar que o Governo pretende criar uma malha urbana que ligue as cidades e sedes de concelho de toda a região às principais autoestradas. «Que se volte a colocar Coimbra no centro do mapa rodoviário», desejou, garantindo que o conjunto de investimentos servem para «repor a centralidade», tendo como preocupações fundamentais «assegurar um desenvolvimento coeso» do território, «combater a sinistralidade» e assegurar o «desenvolvimento económico das regiões».Oliveira do Hospital “traída”Ora, preocupações que não se aplicarão aos municípios do interior que vêem cada vez mais longe a possibilidade de novas vias de comunicação.
Oliveira do Hospital, por exemplo, Seia ou tantos outros, num total de cerca de 30, que segunda-feira vão pedir esclarecimentos ao ministro das Obras Públicas, António Mendonça.
O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital voltou ontem, à saída do encontro, a manifestar o seu descontentamento com o retrocesso. Duro em palavras, José Carlos Alexandrino explicou ter apresentado, mais uma vez, a posição do concelho, considerando «uma vergonha a suspensão».
«Oliveira do Hospital sente-se traída em relação ao que foi prometido. Tem de haver coesão no território», afirmou o autarca. Mais, disse ainda, «temos uma estrada do tempo da monarquia com alcatrão por cima».Ainda assim não culpabilizou o secretário de Estado, Paulo Campos, por sinal natural de Oliveira do Hospital. «O problema ultrapassa o próprio cargo dele, porque isto tem a ver com o ministro das Finanças», reconheceu o autarca.

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